Olá! Após anos e anos, sempre querendo achar uma forma de registrar por escrito minhas ideias (desde as mais sábias às mais malucas, assim consideradas por alguns ou por todos, não sei), resolvi, finalmente, iniciar este blog. Estarei registrando minhas experiências pessoais, seja como Marcus, ou Vinicius, ou Montanha, ou seja lá como você me conhece! Estarei também postando mensagens, reflexões e devocionais e espero que você seja ricamente abençoado. Fique à vontade para participar da maneira que desejar e também para usar o que for postado, desde que isso abençoe vidas. Seja bem-vindo ao Blog do Montanha!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

EXTREMISTA, TOLERANTE OU RADICAL?

Muçulmanos, judeus e até alguns cristãos têm sido enxergados pelo mundo globalizado como radicais extremistas e intolerantes, que têm verdadeiro repúdio a todo aquele que não professa suas crenças. Para muitos, é quase que automático ver num muçulmano qualquer, por exemplo, a figura de um homem-bomba prestes a detonar o mundo em nome de Alá. O que dizer, então, daqueles judeus que, além de se absterem de determinados alimentos, também proíbem o casamento com alguém que não seja da família de Israel, ou seja, que não seja judeu, mesmo que apenas por religião, se não o for por etnia? Há ainda aqueles cristãos que proíbem costumes, roupas, programas de TV, estilos e instrumentos musicais, vivendo completamente alienados numa redoma religiosa ao temer que o “mundo esteja entrando na igreja”. Poderíamos ainda mencionar vários outros grupos, tidos como extremistas e que provocam verdadeiro repúdio nos demais. Como reagir a eles?

A globalização, bem como seu enorme poder de coesão de mercado, ideias, filosofias e até crenças, tem gerado uma civilização mais tolerante às diferenças como um todo. Algumas religiões têm sido estimuladas a aumentar o respeito entre si, as barreiras idiomáticas têm sido quebradas, os países têm experimentado uma enorme abertura de fronteiras e até aí tudo vai bem. Contudo, culturas têm perdido sua identidade, povos têm sido, literalmente, dominados (para não dizer “colonizados”) e o suposto “amor” tem sido aceito em suas diferentes formas, mesmo quando estas não respeitam o verdadeiro amor do Deus Pai. 

Em meio a tudo isso, cristãos do mundo inteiro tentam se posicionar e acabam “tomando partido” nas discussões de acordo com aquilo que mais se aproxima de suas práticas litúrgicas, supostamente bíblicas, ou de acordo com o que lhe renda mais fiéis, ou dinheiro, ou ambos. Como, então, um verdadeiro cristão, que afirma ser servo de Jesus deve reagir a tudo isso? Devem os cristãos ser extremistas, já que militam pela causa do Senhor. Devem, portanto, atacar todos os que pensam de maneira diferente, o que inclui outras denominações também cristãs, como verdadeiros homens-bomba? Devem estes cristãos ser tolerantes e abertos a toda relativização da Verdade, que é, sim, absoluta? 

O termo ‘cristão’, usado pela primeira vez na cidade de Antioquia (Atos 11:26), significa ‘pequeno Cristo’ e passou a ser designado a todos aqueles que tinham um viver que se assemelhava ao de Jesus. Baseados nisso e também no texto escrito na Primeira Epístola de João, capítulo dois e versículo 6, vamos usar Cristo como exemplo a ser seguido.

Ao longo dos Evangelhos, vemos um Jesus bondoso, misericordioso e extremamente amável. Ele era alguém que se aproximava daqueles que ninguém jamais chegaria perto; Jesus se aproximou de ladrões, prostitutas, beberrões e leprosos. Por causa disso, alguém que não se ateve a um exame acurado das Escrituras poderia afirmar que Cristo era alguém, simplesmente, tolerante. Isso porque, dentre várias ações bondosas do Mestre, Ele chegou ao ponto de interceder por aqueles que O maltratavam na cruz (Lucas 23:34). Seria essa a tolerância tão difundida na sociedade atual?

Não podemos, todavia, deixar de mencionar que havia algumas coisas que o Mestre não tolerava. Ao contrário do que afirmam, usando erradamente a Palavra de Deus, ao citar 1 João 4:8, texto este que diz que Deus é amor, Jesus não tolerava todos os absurdos da sociedade de Sua época. Ele não tolerava, por exemplo, a hipocrisia religiosa apresentada pelos fariseus. Ele também não tolerava as injustiças, a acepção de pessoas e nem as distorções feitas à Palavra de Deus. Enfim, Ele não tolerava o pecado, apesar de amar muito o pecador. É fato que Jesus sempre amou e amará a todos, mas Ele jamais foi e jamais será alguém que tolera todos os desvios malucos da mente e do comportamento humano. Ele é amor, Ele nos perdoa de todos os nossos erros, mas jamais pode ser taxado como alguém “tolerante”, nos moldes politicamente “corretos” em que o termo é utilizado atualmente. 

O que dizer do episódio em que Ele expulsa os cambistas do templo? Ou o que compreender dos momentos em que Ele duramente dirigia à palavra aos fariseus e saduceus, repreendendo-os veementemente por suas práticas erradas? Será que Ele foi politicamente correto ao dizer que aqueles eram filhos do diabo, e não de Abraão, do modo como afirmavam ser? Jesus disse, explicitamente, que eles se assemelhavam ao diabo em suas práticas mentirosas e erradas (João 8:31-59). Uau!! 

Ao olhar para a Escritura, eu não vejo um Jesus extremista e intolerantemente grosseiro e rude. Contudo, também não vejo um Jesus que tolera tudo e todos para “ficar bem na fita”. Vejo, sim, um Jesus radical (“Por que você usou essa palavra? Ela choca demais as pessoas!” rsrs), mas não no sentido pejorativo e equivocado com que muitos vêem tal palavra. Vejo um Jesus que não abria mão da essência daquilo que pregava e nem deixava de falar da Verdade absoluta, que é a Palavra de Deus (João 17:17). Se observarmos bem o termo radical, veremos que ele tem total relação com uma raiz. Sim. Ele está relacionado a algo que está radicado em alguma coisa. Algo que tem profundidade. E isso eu garanto que o Senhor Jesus tinha. Tudo o que Ele dizia e fazia estava fundamentado, enraizado na Verdade. E é assim que devemos ser também.

Precisamos ser cristãos autênticos e, sim, radicais. Temos que estar arraigados, ou seja, enraizados, na Verdade, vivendo o Evangelho do Amor e da Graça, mas deixando de lado a politicagem falsamente conciliatória, a qual nega os valores eternos e soberanos sobre os quais estamos edificados. Sou totalmente adepto da célebre frase atribuída ao filósofo Voltaire, que diz mais ou menos assim: “Posso até não concordar com o que você tem a dizer, mas morrerei defendendo o direito que você tem de dizê-lo.” Todavia, não podemos transformar a frase em algo como: “Posso até não ter concordado com você até agora, mas vou abrir mão do que acredito só pra não ofender você.” 

Para aqueles que leem esse post, mas não são cristãos, deixo, sinceramente, o meu carinho por todos e o meu mais profundo respeito. Reitero as palavras citadas acima e faço questão de dizer que sou tão falho quanto vocês. Todos nós somos! Ninguém é perfeito! Mas, por me importar de verdade com vocês, não posso deixar de dizer que Jesus é o Único Caminho. Não posso deixar de dizer que Ele é a Verdade e que Ele é a Vida e que em nenhum outro há salvação e que Ele ama muito vocês.

Para aqueles que são cristãos, assim como eu sou, reitero que precisamos, sim, agir como verdadeiros cristãos radicais, que não têm do que se envergonhar. Portanto, quando o mundo disser: “Diga NÃO à intolerância”, diga NÃO à relativização da Verdade; quando o mundo disser: “Diga SIM a todas as formas de amor”, diga SIM ao amor único do Deus Único. Não nos conformemos com este mundo, mas vamos nos transformar pela renovação da nossa mente, para experimentarmos a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm 12:2). Encerro, então, deixando a todos o texto que serve de base para nossa visão radical. Deixo a vocês o texto que está em Colossenses 2:6-8 :

“Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados (i.e.: arraigados, radicados) e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.”

Que o Senhor nos ajude a viver isso!

Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)