Este é um blog destinado a todos os que, como eu, gostam de ler, escrever e opinar acerca de qualquer coisa, mas, em especial, sobre Jesus, sobre Sua Palavra e sobre Sua igreja.
Olá! Após anos e anos, sempre querendo achar uma forma de registrar por escrito minhas ideias (desde as mais sábias às mais malucas, assim consideradas por alguns ou por todos, não sei), resolvi, finalmente, iniciar este blog. Estarei registrando minhas experiências pessoais, seja como Marcus, ou Vinicius, ou Montanha, ou seja lá como você me conhece! Estarei também postando mensagens, reflexões e devocionais e espero que você seja ricamente abençoado. Fique à vontade para participar da maneira que desejar e também para usar o que for postado, desde que isso abençoe vidas. Seja bem-vindo ao Blog do Montanha!
Ao ver e ouvir as estatísticas apresentadas em telejornais e revistas de que os chamados evangélicos estão crescendo assustadoramente em nosso país, sou tomado por uma série de questionamentos. Isso porque me recordo de alguns textos da Escritura e, em especial, o texto que se encontra em João 8:31 e 32. Tive o privilégio de lê-lo hoje em minha devocional. Jesus disse:
"Se vocês permanecerem na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade e a verdade os libertará."
Este texto, bastante conhecido, é muitas vezes ignorado. Ele afirma, de maneira condicional, que alguém será um discípulo verdadeiro do Mestre Jesus se permanecer em Sua Palavra! E é por isso que os questionamentos dos quais falei me surgem à mente.
Tenho, sim, visto muitos novos evangélicos no país. Muitas igrejas tem crescido e o número de "fiéis" tem aumentado bastante Brasil afora. Mas, será que tem sido mesmo o número de fiéis que tem aumentado? Será que pessoas tem realmente encontrado Jesus Cristo e sido, por isso, transformadas? Será que elas têm permanecido na Palavra do Mestre, pois apenas assim, como pudemos ver, serão verdadeiros discípulos.
Meu objetivo não é simplesmente questionar desleixadamente, provocativamente ou, muito menos, soberbamente a fé de ninguém, mas ao observar o versículo 32, percebo a grande e maravilhosa consequência de se permanecer na Palavra, tornando-se um verdadeiro discípulo de Cristo. O texto diz que os que permanecerem na Palavra, os verdadeiros discípulos, conhecerão a verdade e a verdade os libertará!! Se observarmos bem o contexto desta conversa entre Jesus e os judeus, entenderemos do que Ele fala.
Jesus, neste contexto, está falando da escravidão do pecado. Ele está falando da escravidão que conduz à morte eterna. E todo aquele que ainda não entregou sua vida a Jesus e, por isso, não se tornou um verdadeiro discípulo do Mestre, permanecendo em Sua Palavra, está completamente escravizado pelo pecado e pelo engano. Aos verdadeiros discípulos, porém, estão destinadas as palavras de Romanos 6:14:
"Pois o pecado não terá domínio sobre vocês (...)".
Logo, fico me perguntando porque vejo tantos discípulos professos (apenas professos), que apenas dizem ser discípulos, vivendo a mesma vida de sempre. Por que não há mudança? Porque estes são ainda escravos do pecado, pois a Verdade não os libertou. E a Verdade só os libertará se permanecerem na Palavra de Cristo. Contudo, os tais nem sequer leem a Palavra. Como irão, então, n'Ela permanecer, sendo por Ela transformados? E aqueles que, contrariando os traços culturais brasileiros, até possuem o hábito da leitura, preferem ler qualquer outra coisa do que a Palavra de Deus. Até mesmo os pregadores, supostos ministros da Palavra, têm preferido a filosofia e a psicologia, e não A PALAVRA! Não conhecerão, portanto, a Verdade.
E, quanto a nós, que somos verdadeiros discípulos? Só nos resta, queridos, permanecer nesta Palavra. Sim. Só nos resta viver por Ela e para Ela. E, se, talvez, você esteja precisando de um estímulo para isso, basta lembrar que foi esta Palavra que te libertou da escravidão do pecado. Foi esta Palavra que te deu vida e vida em abundância. Tem sido esta Palavra que tem te sustentado nos momentos mais difíceis de sua vida. Por isso, ouça a voz do Espírito e dê ouvidos à Palavra do Senhor. Procure sempre lê-La e n'Ela meditar. A Bíblia não é um livro qualquer, mas palavras que trazem vida, palavras que libertam!
Vamos, então, permanecer na Palavra, de modo que estejamos agindo como verdadeiros discípulos de Cristo. Vamos permanecer nesta Palavra, pois já conhecemos a Verdade e fomos por Ela libertos! E, a partir disso, vamos, sim, ser bênção e transformação na vida daqueles que nos rodeiam, mostrando-lhes a Palavra e tão somente a Palavra, que é a Verdade que liberta!
Verdadeiros discípulos de Cristo, vamos permanecer na Palavra! Amém? Que o Senhor nos ajude!
Voltaram, pois, os guardas do templo aos chefes dos sacerdotes e aos fariseus, os quais lhes perguntaram: “Por que vocês não o trouxeram?” “Ninguém jamais falou da maneira como esse homem fala”, declararam os guardas. (João 7:45-46)
Olhar para a vida de Jesus, registrada nos Evangelhos, é sempre algo maravilhoso! Ver o modo como o Mestre se portava, o modo como agia e reagia a todas as situações é, sem dúvida alguma, algo que nos traz grandes ensinamentos.
No capítulo 7 do Evangelho de João, Jesus vai a Jerusalém durante uma festa judaica, chamada Festa das Cabanas. E, como sempre acontecia quando ia a qualquer lugar, a presença de Jesus causou alvoroço e diferentes reações, positivas e negativas. E, por isso, a situação chegou, como em outras ocasiões, ao ponto de alguns quererem prender Jesus para o matar. O texto, porém, é claro ao afirmar que "ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a sua hora" (Jo 7:30).
Entretanto, o momento ápice ainda estava por vir, pois, no último dia da festa, Jesus ergue Sua voz e clama: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva." (Jo 7:37-38). E, a partir daí, o povo fica bastante dividido, dizendo uns que Ele era o Profeta, outros o Messias que estava por vir e ainda outros novamente querendo predê-Lo, de modo que houve grande rebuliço e confusão entre o povo por causa d'Ele (Jo 7:43). E, novamente, ninguém Lhe pôs as mãos.
O que quero destacar, porém, são as palavras dos guardas do templo, que haviam sido enviados pelos chefes dos sacerdotes e pelos fariseus, sendo ambos grandes opositores de Jesus, com o intuito de prendê-Lo. E foi por isso que iniciei esta fala com o texto dos versículos 45 e 46. Destaco, então, as palavras destes guardas: "Ninguém jamais falou da maneira como este homem fala.".
O discurso de Jesus era tão impactante e tão diferente de tudo o que já se havia visto que nem mesmo aqueles que deveriam prendê-Lo tiveram coragem suficiente para isso. Até porque era um discurso que se refletia claramente em Suas ações. Ele era diferente de todo e qualquer outro "agitador" com o qual as autoridades judaicas já haviam tido que lidar. Ele não era um agitador qualquer. Ele era diferente de tudo o que já tinham visto. E, por isso, a grande justificativa que os guardas apresentam àqueles que deles cobravam resultados foi apenas: "Ninguém jamais falou da maneira como este homem fala". E, de fato, ninguém jamais falou ou sequer falará como Ele. Destaco ainda mais a expressão "Ninguém jamais...".
A maior verdade que podemos dizer é que ninguém jamais pode ser comparado ao Mestre. Ninguém jamais falou como Ele fala! Podemos dizer ainda mais: ninguém jamais agiu como Ele agiu ( e ainda age); ninguém jamais amou como Ele amou (e ainda ama); ninguém jamais viveu como Ele viveu (e ainda vive); enfim, poderíamos facilmente usar todos os verbos no presente sem nenhuma dificuldade, pois Jesus era e ainda é inigualável!! É inevitável que mesmo aqueles que n'Ele não creem percebam Sua superioridade e diferenciação de qualquer outro. Até mesmo aqueles guardas perceberam e qualquer um ainda pode perceber nos dias de hoje.
Vamos, portanto, continuar crendo nisso e agindo de acordo com isso que cremos! Ninguém é como Jesus e jamais será! Que grande e maravilhosa verdade presente no discurso daqueles guardas! Que ela também se faça presente em nossos discursos e que possamos sempre dizer que "Ninguém jamais (...) como Ele."
Uma boa semana a todos e até a próxima!
Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)
Ps.: A quem tiver interesse, recomendo uma belíssima canção do grupo vocal norte-americano Acappella, chamada "No One Ever" (Ninguém jamais). Após ler este texto, a lembrança dela foi algo inevitável. E eu sempre gostei desta música por sua conjugação dos verbos no presente, como falei há pouco. Não sei a razão, mas não consegui postar o vídeo do youtube, então, aí vai o link. Enfim, "No one ever...".
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: se um morreu por todos, todos morreram. E por todos ele morreu, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. (2 Coríntios 5:14-15)
Às vezes, me pego pensando no amor de Cristo. Que amor!! E, quando penso nesse amor, na verdade, como todo ser humano limitado e sujeito a construções culturais de nossa civilização pós-helênica, me pego sem conseguir compreendê-lo, porque minha mente limitada tenta limitá-lo, mas não consegue e, por conseguinte, também não o entende.
De fato, não há como se entender esse amor. Nem mesmo Paulo, com toda a sua fantástica sapiência e intelectualidade conseguia entendê-lo, afirmando, então, que era constrangido por esse amor. E a ideia desta palavra grega é, sim, a de constranger e de conduzir alguém a algo. E assim é o amor de Cristo, afirma Paulo.
Por que, então, este amor nos constrange? Ele explica: porque um morreu por todos, logo todos morreram. Que coisa extraordinária é perceber que apenas UM morreu por TODOS! Esta verdade nos constrange, nos conduz e nos compele a algo. É inevitável ser levado a algum lugar, figurativamente falando, ao observar tal verdade e nela refletir. E que lugar é esse?
Para onde somos constrangidos? Em que direção somos levados? A que direção somos compelidos? Paulo nos diz que Ele, Jesus, morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos! Desse modo, a finalidade da morte de Cristo é que o homem não viva mais para si mesmo, mas para Cristo! E como isso nos causa um profundo impacto. Como isso nos constrange, ou, deveria constranger!
Sempre que medito nesse texto, me faço a seguinte pergunta: "Será que estou vivendo para Aquele que por mim morreu e ressuscitou?" Ou ainda: "Será que tenho vivido para meus próprios prazeres e vontade e desejos?" E, após nisso refletir, inevitavelmente sou também levado a refletir no mundo cristão em que vivo. Será que todas as pessoas que vemos frequentando igrejas, atuando em ministérios, cantando, pregando e etc estão mesmo vivendo para Cristo ou para seus próprios prazeres?
O amor de Cristo precisa nos constranger de tal forma que todo o resto desvaneça diante dele. Precisamos ser a tal ponto tocados e compelidos por esse amor que nossas vidas sejam transformadas e nosso foco principal seja viver para Cristo, pois Ele por nós morreu e ressuscitou. E, se observarmos bem o contexto do que Paulo escreve, veremos claramente esta ideia. Tanto é que ele culmina com o tão conhecido e citado (mas, infelizmente, pouco vivido) versículo 17: "E assim, se alguém está em Cristo...". Ele mesmo, junto com seus companheiros, afirma que viviam para o Evangelho! Viviam uma vida não mais fundamentada na carne e em seus desejos e convicções! O amor de Cristo os constrangeu a tal ponto que só lhes restava viver por Ele e eram, por isso, embaixadores desse amor e do ministério da reconciliação (2 Co 5:20).
Por que será, então, que vemos tantos cristãos ocupados com suas carreiras e atividades seculares, já que também são fruto desse amor e desse ministério da reconciliação com Deus? Por que será que vemos tantas decisões importantes e escolhas realizadas simplesmente por causa de desejos e objetivos pessoais? Será que aquilo que deveria apenas ser o MEIO de nosso sustento de vida não tem se tornado nosso FIM de vida? E digo "fim" como finalidade maior, mas também digo "fim" como algo que, de fato, tem arruinado nosso viver. Vemos homens e mulheres cada dia mais estressados e preocupados com contas a pagar, com objetos a comprar e com carreiras profissionais a construir do que pessoas que, apesar de toda e qualquer tribulação, vivem a paz que excede todo entendimento, em paz com Cristo e com Seu povo, dedicados totalmente a Ele e à Sua igreja e ocupados em viver para Aquele que por eles morreu e ressuscitou!
Cantamos tanto que o amor de Cristo nos constrange! Citamos tanto este versículo! Achamos o texto tão lindo e tocante, mas pouco o vivemos! Isso significa, então, que não devemos, por exemplo, crescer profissionalmente? Claro que não. Eu mesmo tenho procurado fazer isso. Quem me conhece sabe que sou estudante de mestrado e sabe que almejo me tornar professor universitário. Contudo, será que este deve ser meu objetivo maior? Será que esta deve ser minha vida? Não sou integral do ministério da Palavra e nem tenciono ser. Por isso, preciso, sim, trabalhar para conseguir um melhor sustento, assim como todo mundo. Isso, todavia, deve ser apenas um meio para mim, e não o fim! O meu mestrado é apenas algo mais que existe em minha vida, mas NÃO É MINHA VIDA!!!
Como disse no início, às vezes me pego pensando no amor de Cristo e como ele é lindo!! E como ele me constrange! E ele me constrange de tal forma que não consigo mais viver a vida que vivia antes de conhecer ao Senhor. Ele morreu por todos!!!! Ele morreu e ressuscitou por mim! Preciso viver d'Ele, por Ele e para Ele! E, também por isso, me sinto constrangido a compartilhar essa verdade por meio do que escrevo agora. E você, tem se sentido constrangido pelo amor de Cristo?
O Espírito de Deus te convida a ser constrangido por esse amor! Ele te convida a não mais viver por você e por seus desejos desenfreados de crescimento a todo custo, desejos estes culturalmente construídos. Ele te convida a não fazer mais escolhas simplesmente porque você quer e por achar assim melhor. O amor de Cristo te convida a viver por causa d'Ele, que por você morreu e ressuscitou. Você está disposto a isso? Comece agora, então. Não deixe pra amanhã! Que a partir de agora, sua vida seja verdadeiramente transformada pelo constrangimento do amor de Cristo Jesus! As lutas serão enormes, as provações igualmente e em muitas ocasiões seu próprio eu o levará a querer desistir e voltar a viver por seu próprio ego. Entretanto, faço questão de afirmar que tudo isso não se compara à glória que há de ser revelada, pois nada pode nos separar desse amor que nos constrange!
Vamos viver o dia de hoje e toda esta semana como reflexo do constrangimento desse amor? Vamos, de forma prática, fazer novas escolhas, tomar novas decisões, tudo isso fundamentado na Palavra de Deus? Vamos ler a Palavra e nela meditar? Vamos ter um tempo diário de oração? Lembremo-nos sempre que, se não vivemos mais para nós mesmos, as prioridades precisam ser revistas, pois...
"(...) o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: se um morreu por todos, todos morreram. E por todos ele morreu, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou."
Amém? Que o Senhor nos dê uma semana diferente para Sua glória! Abraços a todos e fiquem na paz!
Outra semana se iniciou e com ela a necessidade do retorno às atividades rotineiras e muitas vezes tão difíceis a todos nós. Há algo, porém, que pode fazer toda a diferença em nossa semana, bem como em cada dia, especificamente falando, e, por consequência, em toda a vida.
A Palavra de Deus é capaz de transformar toda uma vida. É a Palavra a grande responsável por nos guiar na caminhada cristã. Ela é a responsável por sermos ou não bem-sucedidos. Ela é o que determina se seremos ou não prósperos (vale lembrar que prosperidade não tem necessariamente relação alguma com riqueza material). Olha o que a própria Escritura nos diz no Livro de Josué, capítulo 1 e versículo 8. Nesse texto, o próprio Deus diz o seguinte a Josué:
"Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido." (Josué 1:8)
É claro e evidente que há todo um contexto a ser considerado no que diz respeito à situação de Josué. Ele acabara de assumir a liderança do povo de Israel, sucedendo o reverenciado Moisés após sua morte, e, assim como toda a nação, Josué tinha uma aliança com Deus na qual as bênçãos estavam diretamente condicionadas à obediência. Não é isso, porém, que procuro destacar.
O que mais me marca nesse texto é perceber a importância da Lei do Senhor. E é o próprio Deus quem enfatiza sua importância. Além de dizer a Josué que a Palavra deve estar sempre em seu falar (é preciso lembrar que, na época de Josué, não havia Bíblia em várias versões e/ou em tablets, celulares, etc; era hábito comum o ler em voz alta, o falar a Lei para si e para o povo, que não tinha esse acesso portátil aos mandamentos escritos do Senhor), o Senhor o exorta a meditar na Escritura dia e noite. Mas, infelizmente, nós ocidentais não cultivamos muito o hábito de meditar em algo.
Ao falar de meditação, não me refiro, evidentemente, a ritos de yoga, mantras e coisas do tipo, mas ao hábito de refletir sobre algo que lemos (isso quando lemos). Enquanto servos do Senhor precisamos ouvir à sua ordem, que não está restrita apenas a Josué, conforme podemos ver em diversas outras passagens da Bíblia (e.g. João 8:31). Precisamos estar constantemente meditando na Palavra, mas, para que isso aconteça, precisamos cultivar também o hábito de lê-la. E, ao ler e meditar na Palavra, teremos como consequência única agir de acordo com o que ela ensina. E esta era a ideia de Deus, conforme podemos ver no texto falado a Josué: "para que..."; a finalidade de ler e meditar na Bíblia é, sem dúvida, praticá-la.
Portanto, desafio você a, nesta semana, ou melhor, a partir desta semana, criar este hábito mais que saudável de ler a Palavra de Deus. E, ao lê-la, procure nela meditar. Reflita sobre o que foi lido e sobre como aquilo pode influenciar seu modo de agir em suas atividades cotidianas. Se você teve tempo de ler esta reflexão, isso significa que você também tem tempo para a Palavra de Deus. E, se precisar escolher entre um ou outro, sempre prefira ler a Palavra. Não troque a Palavra por coisa alguma, mesmo que reflexões e/ou devocionais de pastores e líderes eclesiásticos. Deus tem algo muito melhor para você: Sua própria Palavra! Se precisar ficar sem sequer entrar neste blog, fique, mas não se utiliza de escusos para não ler e meditar na Palavra de Deus. Mas, como estes posts são semanais, acredito que é, sim, possível fazer as duas coisas, não?
Desejo, então, uma ótima semana a todos. Que Deus, o Deus de Josué, possa repetir profundamente em Seu coração as mesmas palavras ditas a Josué. Que elas te invadam de tal maneira que sua vida seja transformada. Vamos ler a Escritura, vamos dela falar, vamos nela meditar e vamos por ela agir. Que o Senhor, por meio de Jesus Cristo, Palavra Viva que se fez carne, possa nos ajudar a estar sempre apegados à Sua Palavra. A Ele a glória!
Sempre que leio os Evangelhos, fico impactado com as enormes lições que aprendo e com as coisas extraordinárias que consigo ver. Recentemente, pude reler o Evangelho de Marcos e, já em seu início, percebo lições que podem nos ensinar bastante.
Após ler a passagem de Marcos 1:1-15, vejo claramente que o autor apresenta a seus leitores a mensagem inicial do Evangelho. Marcos mostra a seus leitores como tudo começou. Esta era a sua intenção, o que pode claramente ser visto já no primeiro versículo.
Vale lembrar que, segundo os historiadores, Marcos foi o primeiro a escrever um evangelho. Depois dele, Mateus, Lucas e João se propuseram também a isso. E Marcos o fez por perceber a necessidade de que se apresentasse o Filho de Deus a seus leitores. As primeiras testemunhas, que haviam visto o Mestre e andado com ele, estavam morrendo, mas o testemunho jamais poderia morrer. E, assim, ele resolve escrever sobre isso.
Na passagem citada, vemos Marcos tratar sobre o início de tudo. De forma rápida e direta ele nos mostra, sim, como tudo começou. E, a partir disso, podemos enxergar algo que muito nos ensina. O Evangelho, desde seu início, evidenciava em sua mensagem algo de extrema relevância para nós. Ele evidenciava duas características que gostaria de destacar.
1 – O EVANGELHO TRAZIA UMA MENSAGEM DE HUMILDADE
Ao olhar para o versículo 7, percebemos que João demonstrava humildade. Sim. De fato, João Batista tem sido comumente apresentado em estudos bíblicos e sermões como alguém que foi exemplo nesse quesito. Mas o texto não para por aí. No versículo 9, ainda no capítulo 1, vemos que Jesus demonstrou humildade. O Grande Mestre é, sem dúvida, o maior exemplo de humildade que a humanidade já teve (e terá).
Podemos perceber que Marcos se ocupa em demonstrar o valor da humildade como presente no Evangelho desde seu início. E isso deve nos fazer refletir um bocado sobre o que se tem visto por aí.
A verdade é que o Evangelho da humildade precisa ser conhecido e lembrado por nós. Precisamos voltar aos primórdios de nossa fé, percebendo o quanto a humildade se fazia presente desde o início de tudo. Onde, então, ela se perdeu? Ou, melhor: onde nós a perdemos? Na verdade, onde nós a deixamos? Os nossos púlpitos precisam ser mais humildes, os nossos líderes, por conseguinte, devem fazer o mesmo e nossas ações diárias precisam refletir totalmente o valor da humildade. Isso, porém, será completamente oposto ao que se vê ao nosso redor, já que vivemos numa sociedade extremamente progressista, na qual humildade significa fraqueza ou uma mera utopia ultrapassada e distante e todos desejam superar uns aos outros. Não vejo isso nas Escrituras, mas vejo isso nas igrejas, já que a competitividade entre elas e seus líderes e ministros tem crescido cada dia mais. Às vezes, na mesma comunidade, ministros competem entre si sobre quem seria mais importante ou sobre quem é o melhor. Repito, não vejo isso na Escritura e, principalmente, no ministério de Jesus.
2 – A MENSAGEM DE ARREPENDIMENTO
Assim como podemos ver ainda no ministério de João (v. 4), a mensagem de Jesus em Seu ministério, expunha a necessidade de arrependimento. Basta olhar para o versículo 15 para enxergar o que digo. O Reino de Deus evidencia a real necessidade de arrependimento, ou seja, a necessidade de mudança de direção. Assim como alguém que guia seu carro numa direção contrária à que deve, de fato chegar, e, por isso, procura um retorno, o arrependimento precisa ser esta mudança completa de direções erradas em nossas vidas. Há um ponto de retorno que precisa ser encontrado e no qual se deve entrar.
O fato, porém, é que o Evangelho do arrependimento precisa voltar a habitar os nossos púlpitos. Não se fala mais de pecado. Justifica-se práticas que não agradam ao Senhor com as mais diferentes teorias. Contudo, a mensagem de arrependimento precisa voltar a ser pregada (e vivida) por todos os cristãos. O evangelho ralo, raso e espúrio precisa ser abandonado, dando lugar ao Evangelho da Graça do Senhor, que nos conduz, inevitavelmente, ao arrependimento. Sem arrependimento, não há Evangelho! E muitas são as vezes em que pecamos contra o Senhor e/ou contra outros, mas não nos arrependemos e muito menos pedimos perdão.
CONCLUSÃO
Assim como os leitores de Marcos, nós não fomos testemunhas oculares de tudo o que aconteceu. Nós não vimos como tudo começou e nem estamos mais diante de pessoas que testemunharam tudo em primeira mão. Mas, ainda assim, os primórdios do Evangelho também precisam ser lembrados a nós e por nós. E, ao olhar para como tudo começou, veremos que, desde seu início, o Evangelho continha a mensagem de humildade e de arrependimento. De fato, sem a humildade o arrependimento não acontece. E assim, porque a humildade não tem estado presente em muitos púlpitos, a mensagem de arrependimento tem sido deixada de lado. E, por não serem pregados, a humildade e o arrependimento têm sido constantemente negligenciados pelos atuais evangélicos (uso o termo para fazer menção proposital ao Evangelho, mas não gosto da conotação atualmente adquirida).
Marcos apresentou a seus leitores a mensagem inicial do Evangelho: o Evangelho de humildade e de arrependimento. E, mesmo não sendo o público original de Marcos, como leitores, nós também tivemos acesso a esta mensagem. Vamos, então, colocá-la em prática, lembrando que, desde seu início, o Evangelho trazia como pilares inegociáveis e indispensáveis a humildade e o arrependimento.
Portanto, vamos viver melhor as nossas semanas, começando por esta que já se iniciou. Vamos ser humildes em nossas relações interpessoais não apenas na igreja, mas no trabalho, na faculdade, na escola, na família. E, ao praticar a humildade, vamos, sim, nos arrepender quando necessário. Todos nós cometemos erros e carecemos de arrependimento vez por outra. Vamos, então, deixar que a humildade e o arrependimento possam, juntos, nos guiar a uma melhor prática evangélica (mais uma vez, uso algum cognato do termo). E, principalmente, após praticar estes valores do Evangelho genuíno, vamos, enfim, apregoar esta mensagem. Que não venhamos a nos envergonhar das mensagens de humildade e arrependimento presentes no Evangelho. Vamos vivê-las e, então, compartilhá-las com este mundo que anda em direção completamente contrária a tudo isso. E que o Senhor, o Todo-Poderoso, nos ajude nessa difícil tarefa. Que ele nos dê uma semana de humildade e arrependimento.
No Livro de Marcos, capítulo 10, versículos 17 a 31, a Bíblia nos conta a história de um jovem. Este jovem vai ao encontro do Senhor Jesus e, a partir deste encontro, grandes ensinamentos podem ser extraídos. Não sabemos o nome desse jovem, nem de onde veio. Sabemos apenas que ela rico. Ele era muito rico. Vamos ao texto:
17 Quando Jesus ia saindo, um homem correu em sua direção e se pôs de joelhos diante dele e lhe perguntou: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?”
18 Respondeu-lhe Jesus: Por que você me chama bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.
19 Você conhece os mandamentos: “Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe”.
20 E ele declarou: “Mestre, a tudo isso tenho obedecido desde a minha adolescência”.
21 Jesus olhou para ele e o amou. “Falta-lhe uma coisa”, disse ele. “Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me.”
22 Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas.
23 Jesus olhou ao redor e disse aos seus discípulos: “Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!”
24 Os discípulos ficaram admirados com essas palavras. Mas Jesus repetiu: Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!
25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.
26 Os discípulos ficaram perplexos, e perguntavam uns aos outros: “Neste caso, quem pode ser salvo?”
27 Jesus olhou para eles e respondeu: “Para o homem é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus”.
28 Então Pedro começou a dizer-lhe: “Nós deixamos tudo para seguir-te”.
29 Respondeu Jesus: Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho,
30 deixará de receber cem vezes mais, já no tempo presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna.
31 Contudo, muitos primeiros serão últimos, e os últimos serão primeiros.
Acho muito interessante Jesus ter dito o que disse ao jovem. Por que ele não poderia ser salvo com toda a sua riqueza? Será que esta era a verdadeira questão? Será que o problema não era o grande apego do jovem a seus bens e, por isso, Jesus, conhecendo-lhe o coração o disse? De fato, aquele jovem nos mostra claramente o quão apegado ele era a seus bens.
É também interessante perceber que Jesus afirma ser muito difícil entrar um rico no Reino de Deus. Sabemos, porém, pelo que dizem as demais Escrituras, que o Senhor não faz acepção ou distinção de pessoas e não seria diferente com aqueles que possuem riquezas. E, por que isso, então? Ele usa até uma grande hipérbole quanto à salvação dos ricos, mas o que se deve notar é que ele nunca disse que seria impossível que um rico fosse salvo, mas que era muito difícil; para Deus, contudo, não há impossíveis. Aleluia!
Pouco depois, apenas com os discípulos Jesus diz algo muito lindo. Pedro, espevitado e inquieto que era, como sempre, quebra o silêncio e questiona o Mestre sobre a situação deles, já que o prórpio Pedro e os demais discípulos haviam deixado tudo para seguir a Jesus. Jesus, então, os consola, afirmando que todo aquele que tivesse renunciado a tudo e todos por amor do Evangelho receberia muito mais ainda neste mundo, mas com perseguição e, no futuro, desfrutaria da vida eterna! Que coisa linda! De fato, aqueles que vivem genuinamente o Evangelho ganham uma enorme família, espalhada por todo o mundo. E, se vivermos um Evangelho como o descrito no Livro de Atos, todos os bens serão de todos e para todos, de modo que viveremos como uma família que tem "tudo em comum" (At 2:42-47). Que consolo, queridos! Viver na família de Deus é muito melhor do que simplesmente desfrutar das riquezas deste mundo. Se deixamos parentes, amigos ou bens por causa do Evangelho, há alo muito melhor para nós! Aleluia! Só não vamos esquecer a parte que diz "com perseguição". hehe
O que, contudo, destaco são as últimas palavras de Jesus. Ele afirma que, para que isso aconteça, para que um rico, por exemplo, ou quem quer que seja, desfrute desta salvação presente e vindoura, muitos últimos devem ser primeiros e primeiros devem ser últimos. Que coisa!!!
Vejo, neste capítulo, grande predominância
da humildade como valor que deve ser abraçado pelos crentes. Até mesmo ao
predizer Sua morte e ao falar de Bartimeu, o Mestre deixa claro o valor da
humildade. Por todo o capítulo 10 de Marcos, vemos o Mestre ensinando o valor da humildade nas ações e nas posses. E isto é algo que pode ser visto ao longo de todo o ministério do Senhor. Jesus está sempre ensinando aos discípulos que o apego às riquezas e às coisas desta vida não condiz com o comportamento de um verdadeiro servo de Deus. Ele diz ainda que é dos simples o Reino dos céus. Mas, como isso pode se aplicar a nós?
Temos vivido numa sociedade cada vez mais materialista e cujo desejo maior é atingir o crescimento próprio. Parece-me que Mamom, o antigo deus da riqueza, de antigo nada tem. A sociedade tem disfarçado a idolatria que nutre pelas riquezas e pelo poder com uma fachada comumente defendida por palavras como: "Todo mundo tem direito de viver bem." "Não é porque sou cristão que preciso viver em miséria"."Ah, ninguém quer passar aperto!". Há ainda os que afirmam: "É da vontade de Deus que tenhamos mais e mais em abundância". Contudo, não vejo exatamente isso nas Escrituras.
É claro e evidente que Deus não quer ninguém vivendo em miséria ou passando por necessidades. Ele quer o melhor para nós! Mas Ele também quer o melhor de nós! Ele quer a primazia! Ele quer que aquelas coisas que comumente deixamos por último se tornem primeiras e aquelas que têm sido prioridade absoluta para nós fiquem por último. O texto grego fala, literalmente, os primeiros (uma outra tradução poderia dizer "as primeiras coisas") serão últimos e os últimos (bem que poderia ser traduzido "as últimas coisas") serão primeiros. Em outras palavras, o que é primeiro será último e o que é último será primeiro. Pergunto: como temos respondido a esse desejo do Senhor?
A despeito das mais diferentes interpretações que existem sobre "primeiros serão últimos e últimos serão primeiros", Jesus não estava falando de lugares na fila. hehe Quem nunca ouviu as diversas piadas que são feitas a partir desse texto? Jesus, porém, falava muito sério.
O que era prioridade para aquele jovem: o Reino ou seus bens? O que tem sido prioridade para os cristãos de hoje: o Evangelho ou seus bens? Talvez até pensemos que não, porque as riquezas de hoje não se veem em moedas de ouro e outros metais preciosos. A dura verdade, porém, é que muitos que integram as igrejas têm tido enorme apego por seus empregos, carreiras e profissões e carros e aparelhos de última tecnologia com a velha desculpa da busca pelo conforto. Eu confesso que é, sim, muito melhor, humanamente falando, repousar nos braços do conforto trazido pelas conquistas terrenas. Mas, quanto mais eu leio a Sagrada Escritura, vejo em suas páginas um Jesus (melhor: O JESUS) que abriu mão de todo o Seu conforto apenas para viver aquilo para o qual fora chamado. O que, possivelmente, seria primeiro para qualquer outro homem, para Ele, porém, ficou em último lugar. O Reino era Sua prioridade.
Sei muito bem que falar do Evangelho integral e simples, afirmado, pregado e defendido pela Escritura, é tarefa considerada como ultrapassada e até insana! Todavia, reitero que o Senhor nos diz que primeiros devem ser últimos e últimos devem ser primeiros. As nossas conquistas terrenas, aquilo que consideramos riqueza, jamais deve ter a primazia. De modo que o desafio de Deus para nós é viver na contramão deste mundo extremamente materialista e idólatra, adorador de Mamom. Isso porque, quando o Senhor vier, Ele nos mostrará claramente que "primeiros serão últimos e últimos serão primeiros".
Mais uma semana se inicia e queria convidar você para, junto comigo, tentar viver uma semana na qual o que seria prioridade se torne nosso último valor e aquilo que comumente esquecemos possa ser lembrado.: sejam pessoas, bens, desejos, etc. Convido você a viver uma semana na qual os primeiros serão últimos e os últimos serão primeiros! Que Deus nos ajude nesta difícil tarefa e que sigamos o exemplo do Mestre, crendo que já recebemos e receberemos algo muito melhor! Ao Senhor a glória!
Reflita, junto comigo, na letra desta canção e que Deus te abençoe!
Recentemente, tenho lembrado bastante da Graça e como isso tem me feito refletir. Há alguns meses, pude conhecer determinada música que por demais me impactou. O título dessa canção é: "Escândalo da Graça". E que título! E como é difícil achar maneira melhor de se descrever a ação da Graça no mundo do que falar de seu escândalo. A própria Bíblia fala desse escândalo. Vamos refletir sobre ele um pouco.
Primeiramente, é preciso lembrar o que é a Graça. A palavra "graça" nas Escrituras é bastante usada no Novo Testamento, escrito originalmente na língua grega. No grego, o vocábulo usado para "graça" é χάρις (transliterado em português como "charis" e pronunciado como "cáris") e significa um grande favor, uma grande dádiva ou presente. E este favor é geralmente algo obtido sem merecimento algum, ou seja, como costumeiramente se resume, "graça" é um favor (presente) imerecido. É usando tal vocábulo que o apóstolo Paulo, por exemplo, disse: "Pois pela graça vocês são salvos, por meio da fé, e isso não vem de vocês, é dom de Deus" (Efésios 2:8). E, como pode ser visto claramente no texto, é um dom, um presente, que não vem de nós ou de nossas obras e méritos, conforme afirma o versículo seguinte, mas do próprio Deus. E isso é muito lindo!
A Bíblia inteira fala de graça de maneira maravilhosa e, em especial, no texto de Tito 2:11, ela afirma:
“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.”
Vale salientar que, no texto grego, a ideia do verbo “manifestou” é "encarnou" salvadora a todos os homens, de modo que o apóstolo nos apresenta a graça como o próprio Jesus!! Basta ler todo o contexto que isso se verá facilmente. É como se Paulo estivesse dizendo: "Olha, esse favor imerecido se encarnou no próprio Jesus! Ele próprio é a Graça; Ele é a manifestação visível dessa Graça maravilhosa! Que lindo!!! Porque, de fato, podemos vê-la claramente no próprio Jesus! Foi por Sua Graça que ele morreu por todos nós, de modo que falar da Graça é falar também de Jesus. E é impossível falar de Jesus sem falar da cruz!
A cruz foi o momento mais alto da manifestação (encarnação) da Graça Salvadora a todos nós. Foi na cruz que Jesus consumou Sua Graça sobre todos nós. E, por isso, falar da mensagem da Graça, é também falar da mensagem da cruz.
Entretanto, a Bíblia nos diz que esta Graça é loucura e escândalo para alguns. O mesmo Paulo, escrevendo aos cristão de Corinto, na Grécia, afirma que a mensagem do Evangelho, esta mensagem de graça e de cruz é "loucura para os que perdem" (1 Co 1:18). Ele ainda diz que a mensagem do Cristo crucificado é “escândalo para os judeus e loucura para o gentios” (1 Co 1:23). E que verdade!
Ao olhar para o ministério de Jesus, vemos claramente diversos momentos em que Ele foi tido como louco por causa da mensagem que pregava e vivia. E, por agir com Graça, Jesus muitas vezes escandalizou a muitos. A partir de relatos como o da mulher adúltera, por exemplo, percebemos um claro momento em que o Senhor Jesus escandalizou (no bom sentido, é claro) aos que lhe cercavam. E, durante todo o Seu ministério, Jesus foi, sim, grande escândalo, porque comia e bebia com pecadores, cobradores de impostos, prostitutas e outros marginalizados pela sociedade. Um grande exemplo disso é o momento em que ele faz uma refeição na casa de Mateus, cobrador de impostos, no capítulo 2 de Marcos. Na ocasião, Jesus disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, e sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores” (Marcos 2:17). De modo que o agir gracioso do Mestre a muitos escandalizava!
Voltando, então, ao que motivou essa reflexão, deixo-lhes os mesmos questionamentos que têm habitado minha mente: será que temos nos parecido com Jesus e chocado e escandalizado nossa sociedade? Ou temos contribuído ainda mais para que vidas e mais vidas sejam marginalizadas e guetizadas, do lado de fora de nossos claustros dominicais? Por isso, eu digo: precisamos nos lembrar mais da Graça! É olhando para a Graça, é lembrando da Graça que percebemos uma série de coisas que habitualmente não percebemos. E eu gostaria de listar algumas delas:
1 – Quando olhamos para a Graça, percebemos que recebemos algo que não merecíamos.
Por mais óbvio que isso pareça, não tem sido tão óbvio assim nas ações da igreja de hoje. Se recebemos algo que não merecíamos, por que só queremos dar aos outros aquilo que merecem?
2 – Quando olhamos para a Graça, entendemos que todo o resto é secundário.
Ao olhar para a Graça, todo o resto se desvanece. Ela é maior do que tudo!! Ela é maior que nossas dores, reclamações, anseios, egoísmos, enfim, a Graça é maior! É impossível se lembrar da Graça e não perceber que todo o resto é nada diante d’Ela!
3 – Quando olhamos para a Graça, somos estimulados agir com Graça e pela Graça.
Assim como Jesus, devemos, sim, agir com graça e pela Graça. Precisamos de um pouco mais da Graça em nossos relacionamentos. Precisamos ser constrangidos pelo amor e Graça do Senhor (2 Coríntios 5:14), de modo que nossas atitudes sejam transformadas pelo Seu poder. Precisaremos, contudo, estar sempre atentos ao fato de que, ao agir pela Graça, estaremos, sim chocando nossa sociedade. Se agirmos com Graça, causaremos verdadeiros escândalos em muitos que estão fora da igreja, mas também em muitos que estão dentro dela.
Conclusões
A sociedade egoísta de hoje jamais conseguirá entender a Graça. Para eles, a Graça representa injustiça e escândalo. Não é justo amar estupradores, assassinos e outros de mesmo calibre. O mundo quer dar a estes o que eles merecem. Relembro, porém, o significado do termo “graça”: favor IMERECIDO!
Ao amarmos pessoas, e não formatos eclesiásticos culturalmente estabelecidos, escandalizaremos por demais o clero religioso de nossos dias. Isso porque amaremos ladrões, prostitutas, travestis, homossexuais, adúlteros, enfim, pecadores que, assim como todos nós, foram (e serão sempre) alvos da Escandalosa Graça!
Concluo, então, afirmando que, em nosso cotidiano como um todo, precisamos nos lembrar muito mais da Graça (espero que o número de vezes que a palavra “graça” foi repetida aqui possa contribuir um pouco para isso). Precisamos nos lembrar de que recebemos algo muito maior do que merecíamos e, por isso, precisamos ser mais graciosos. Precisamos, sim, amar mais, pois fomos alvo desse Soberano Amor. E, ao olhar para a Graça, veremos que todo o resto é infinitamente menor do Ela. Nada do que enfrentamos ou venhamos a enfrentar pode superar a Graça Soberana do Senhor. E, ao agir com e pela Graça, inevitavelmente o escândalo se fará presente. Nosso mundo jamais compreenderá, a não ser pelo Espírito, o agir da Graça do Senhor.
A sociedade do “homem natural” (1 Coríntios 2:14) jamais compreenderá e sempre achará estranho, esquisito, maluco, injusto, incoerente, escandaloso, o agir com a Graça e pela Graça. Nós, porém, precisamos sempre agir assim. Por isso, vamos manter em nossas mentes, corações e ações o “escândalo da Graça”.
Deixo-lhes, agora, a música que tem habitado minha mente e coração nos últimos meses e que também motivou essa reflexão: Scandall of Grace. Abaixo do vídeo está a letra da música e, pra quem não entende a língua inglesa, ao lado de cada verso está a respectiva tradução.
Scandal of Grace
(Joel Houston & Matt Crocker)
Grace, what have you done / Graça, o que Tu fizeste
Murdered for me on that cross? / Morto por mim naquela cruz?
Accused in absence of wrong / Acusado em ausência de erro
My sin washed away in your blood / Meu pecado lavado no Teu sangue
Too much to make sense of it all / É muito pra se entender
I know that your love breaks my fall / Eu sei que Teu amor sustenta minha queda
The scandal of Grace: / O escândalo da Graça:
You died in my place / Morreste em meu lugar
For my soul will live / Pra que minha alma pudesse viver
Oh to be like you! / Oh, ser como Tu!
Give all I have just to know you / Dou tudo o que tenho só pra Te conhecer
Jesus, there's no one beside you / Jesus, não há outro como Tu
Forever the hope in my heart / Pra sempre a esperança no meu coração
"Death, where is your sting?" / Morte, onde está o teu aguilhão?
Your power is as dead as my sin / Teu poder está tão morto quanto o meu pecado
The cross has taught me to live / A cruz tem me ensinado a viver
And “mercy” my heart now to sing / E "misericórdia" é a canção do meu coração
The day and its troubles shall come / O dia e seus problemas virão
I know that Your strength is enough / Eu sei que Tua força me basta
The scandal of Grace: / O escândalo da Graça:
You died in my place / Morreste em meu lugar
For my soul will live / Pra que minha alma pudesse viver
And it's all because of you, Jesus / E é tudo por causa de Ti, Jesus
It's all because of you, Jesus / É tudo por causa de Ti, Jesus
It's all because of your love / É tudo por causa de Teu amor
That my soul will live / Minha alma viverá
No último dia 09 de fevereiro do corrente ano (2013), um assombroso fato se deu no COMEPE (Congresso de Mocidades Evangélicas Pentecostais), durante uma apresentação do cantor Thalles Roberto no referido congresso. Tal acontecimento gerou burburinhos e burburinhos nas mídias sociais e web sites de notícia, uma vez que seu vídeo se espalhou, como de costume, de modo assombrosamente rápido pela net, de modo que eu resolvi também deixar algo registrado sobre o assunto.
O pastor da igreja que sediou o evento havia pedido a todos que não pulassem ou gritassem, e que ficassem sentados durante a apresentação do cantor, pois, caso contrário, o evento teria que ser cancelado. E, já que não foi atendido, o pastor pegou o microfone do cantor (gentilmente, que isso fique claro) e deu o show por encerrado. Como consequência disso, a multidão enfurecida começa a reagir negativamente à atitude do pastor.
Uma série de debates podem surgir a partir do que pode ser visto no vídeo em questão, bem como diversos pontos de vista entram em conflito ao se tentar fazer uma análise não apenas do ocorrido, mas também dos chamados "momentos de adoração" ou "shows gospel" que têm se mostrado presentes em nosso país. Sendo assim, convido vocês a assistirem ao vídeo, a fim de tentar compreender melhor o ocorrido e, então, tecerei breves comentários a seu respeito.
Primeiramente, deixo claro que, gostos pessoais quanto ao cantor em questão à parte, mooooorro de vergonha ao ver cenas assim acontecendo no meio do chamado "povo de Deus". Isso porque acredito que, ao invés de atrair os olhares da sociedade por razões nobres e, de fato, cristãs (ações que glorificam única e exclusivamente o Senhor), muitas igrejas têm atraído esse olhares por meio de escândalos que muito mais mancham a imagem da Igreja do Senhor, pela qual Ele derramou Seu próprio sangue, fazendo-a instrumento de vergonha e chacota. Por que apenas os vídeos de escândalos e problemas de igrejas vêm à tona? E por que apenas as "baixarias" é que são apresentadas na TV, internet e outros veículos de comunicação? Bom, todo mundo sabe que brasileiro gooosta de um barraaaaco, né? Mas isso aí já é outra conversa. hehe
Em segundo lugar, não consigo entender o que leva um ser humano a tamanho descontrole físico e emocional ao ponto de não poder ficar sentado num banco de madeira por alguns minutos. Como músico entendo perfeitamente todo o frisson, serotonina e outras coisas maravilhosas trazidas pela arte musical em seus mais fortes e intensos decibéis, mas não entendo a razão do descontrole, principalmente ao falarmos de um povo que, supostamente, foi transformado e mudado pelo Senhor. Talvez, entendesse melhor se estivéssemos falando de um show da Ivete ou coisa do tipo.
Por outro lado, não podemos negar que, uma vez conscientes do "faniquito espiritual" (desculpem, não resisti hehe), quer dizer... tudo bem, trocarei a palavra: vamos repetir 'frisson'. Continuando: uma vez conscientes do frisson trazido por personalidades gospel como o cantor em questão, a organização do evento deveria/poderia ter tomado alguma providência com mais antecedência. Segundo pessoas que estavam no próprio local e/ou que fazem parte desta igreja (para maiores detalhes, recomendo este outro vídeo aqui, de um carinha chamado Thiago Amaral: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=iBuPW63a8MQ), o pastor estava apenas atendendo a uma solicitação do corpo de bombeiros, que alegava ser a estrutura da igreja incapaz de suportar tanta vibração sonora e oriunda dos pulos de uma multidão inteira, além de o local não estar plenamente adequado quanto a saídas de emergência, o que, infelizmente, é fato em muitas (pra não dizer 'maioria') igrejas do país. E, tendo em vista a proximidade com o trágico incêndio na boate Kiss de Santa Maria (RS), estavam todos muito mais cautelosos que de costume. Reitero, no entanto, o que disse há pouco: não deveria a organização do evento ter visto isso com um pouquinho mais de antecedência?
De todo modo, acredito que nada justifique tamanha agressividade, insubmissão, falta de educação e, sendo bem eufêmico, vandalismo por parte de jovens que se dizem discípulos de Cristo. É bem verdade que o pastor não explicitou no microfone as razões para a proibição, mas, além de isto também não justificar a revolta do povo, segundo as mesmas fontes que citei há pouco, esta igreja tem, sim, os costumes de pulo, gritos e etc, não sendo a atitude do pastor mera proibição litúrgica. Mas, caso fosse, ainda assim se justificaria o fato de ser o pastor chamado de fariseu, hipócrita e coisas do tipo? Será que não devemos aprender um pouco mais sobre o respeito às diversidades de opinião? E, mesmo assim, reitero novamente, este pastor, normalmente não é contra uma sequer das tais práticas, o que deveria levar qualquer ser humano a no mínimo refletir ter ele alguma razão para fazer o que fez, não?
Finalmente, preciso realmente dizer que, ao olhar para as grandes multidões que lotam os "shows gospel" de nosso país, sou tomado por certo sentimento não muito positivo e as associo imediatamente às multidões que, muitas vezes, seguiam o nosso Mestre, Jesus. Multidões estas que estavam sempre famintas, quer de forma literal, estando com fome de pão mesmo, quer desejando milagres e mais milagres, quase como o que se dizia de Roma: "pão e circo". O povo, em sua maioria, tinha sempre fome de tudo, menos do próprio Senhor Jesus. Tanto que, quando Ele passou a "engrossar o caldo" e a pregar um discurso confrontador quanto a estilos de vida, comprometimento e verdadeiro discipulado, as multidões passaram a abandoná-Lo, sendo elas mesmas também futuras responsáveis por Sua crucificação. As mesmas multidões que o aclamaram rei, resolveram depois crucificá-Lo.
Infelizmente, não posso deixar de dizer que me parece que as multidões de hoje estão morreeeeendo de fome (e de sede), mas não do Senhor Jesus, e sim de verdadeiros "espetáculos", os quais podem até se revestir de uma capa de falsa espiritualidade ao rejeitar o nome "show" (deixo claro que nada tenho contra o mesmo, mas sobre isso falarei em outra ocasião) e se utilizar do nome "culto". O nome, sinceramente, em minha humilde opinião, é o que menos importa. A atitude, sim, esta faz toda a diferença. Será que as pessoas têm se dirigido a estes grandes ajuntamentos para, de fato, buscar o Senhor e o Seu querer e a Sua glorificação ou estão apenas satisfazendo um desejo pecaminoso milenar do ser humano, o desejo por ídolos? Será que tudo vale pra ver o Thalles Roberto, ou a Aline Barros, ou o Fernandinho, ou seja lá quem for (deixando claro que nada tenho contra estes)? Talvez, se estivessem buscando Jesus naquele lugar, não estariam agindo da forma que agiram. Ou quem sabe, talvez, se o próprio Jesus lhes tivesse pedido pra não pular, ainda assim o fizessem!!! Exagero?? Sei não, viu? Do jeito que a coisa anda!
Mas, enfim, estas são apenas minhas humildes opiniões, as quais, como tudo aquilo que vem do ser humano, são completamente questionáveis. À Palavra de Deus, porém, jamais se deve questionar. E Ela diz: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens" (Mateus 15:8-9)
E mais: "Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes. Mesmo que vocês tragam holocaustos e ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores ofertas de comunhão, não darei a menor atenção a elas. Afastem de mim o barulho das suas canções e a música das suas liras." (Amós 5:21-23)
E aê, o que acham disso tudo? Que Deus abençoe a todos e nos ajude a viver o Evangelho que Lhe agrada!!